PM do Rio admite aumento de crimes com motos em Ipanema e Leblon
Arquiteto morreu neste sábado baleado por homem que estava numa moto.
'Assaltos com motoqueiros e a turistas voltaram', disse primo da vítima.
O comando do batalhão de Polícia Militar do Leblon, na Zona Sul da cidade, reconheceu neste sábado (3) que, no mês de agosto, houve um aumento no número de crimes praticados por suspeitos em motocicletas na região.
Na manhã deste sábado, em Ipanema, bairro vizinho ao Leblon, o arquiteto Rômulo Castro Tavares, de 33 anos, morreu ao ser alvejado por um homem que desceu de uma moto. O arquiteto estava chegando em casa, na Rua Prudente de Morais 680, e, segundo testemunhas, teria reagido a um assalto.
A Polícia Militar informou que, para combater esses crimes, tem feito operações diárias específicas para abordar motociclistas nas ruas.
Agentes da Divisão de Homicídios na tarde deste sábado visitaram prédios vizinhos ao do arquiteto para tentar conseguir imagens de câmeras de vigilância que possam ter flagrado o momento do crime.
'Assaltos constantes'
O primo do arquiteto, Francisco Loffredi, que também mora em Ipanema, disse que os assaltos se tornaram constantes no bairro.
Policiais da Divisão de Homicídios buscam
imagens de crime (Foto: Lilian Quaino/ G1)
"Aqui em Ipanema, após a UPP, esse tipo de crime diminuiu muito, mas de seis meses para cá esse tipo de assalto com motoqueiro, assalto com turista na praia, gangue de bicicleta voltou", disse ele.
Segundo testemunhas, por volta das 11h30 deste sábado, dois homens numa motocicleta, usando roupas escuras e capacetes, pararam do outro lado da rua. Um deles, armado, atravessou a rua e foi em direção ao carro de Rômulo, que estava se preparando para entrar na garagem.
Ele teria anunciado o assalto e o arquiteto teria saído do carro para tentar fugir, quando foi atingido com um tiro na barriga, caindo ao lado de uma árvore.
Suspeitos fugiram sem levar nadaRômulo foi socorrido por pessoas que passavam pelo local enquanto os dois suspeitos fugiram de moto sem levar nada.
"Pessoas que passavam na rua tentaram reanimar ele fazendo respiração boca a boca, mas não deu tempo, ele já estava sem sinais vitais", disse o ator Romar Docena, que assistiu à cena.
"O assaltante encostou. Não sei se ele pediu o carro, o celular. Ele saiu do carro e o assaltante atirou", contou o porteiro do prédio onde o arquiteto morava.
Rômulo, ganhador de vários prêmios com projetos de stands do Brasil em feiras internacionais, morreu antes de chegar ao Hospital Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul da cidade.
No hospital, amigos estavam emocionados e revoltados.
"Ele não reagiu ao assalto. Foi o cachorro dele que latiu e os caras balearam ele sem nada. A gente acredita, a gente quer que o Rio mude, mas é difícil quando matam alguma pessoa querida", disse o cenógrafo Gringo Cardia, muito amigo de Rômulo.