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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Recordando - Viagem dos Notáveis a Ipiaú.


Componentes nesta viagem ao 1 bate e fica de virada do Ipiaú Moto Estra. Ademar Santana, Paulo Hiram e esposa Claudia, Danilo, Maxsuel, Vicente jr e esposa Neris, Joel, Sérgio.


Logo na saída à moto do presidente deu sua primeira pane elétrica, primeira de varias.

Voltou a funcionar e assim decidimos seguir viagem arriscando a sorte

Pouco antes de chegar ao distrito de Mundo Novo, a moto do nosso componente Vicente júnior apresentou vazamento, fazendo assim com que ele e sua garupa não seguissem viagem.

Tocamos rumo a Ipiaú porem a moto do presidente ainda se comportava apresentando pouca força e falhando, muito antes de chegar à cidade de Camacan apagou por varias vezes... Percebemos que o tesoureiro do clube o Danilo não presta atenção no retrovisor deixando assim parte dos componentes para trais e levando consigo o seu afilhado de clube e aspirante Joel;

Por fim conseguimos chegar a Camacan.

Passamos na oficina do amigo estradeiro Lucas componente do CAMES lá repassamos a  parte e elétrica com ajuda do Aspira Joel e nada de errado na moto do presidente foi detectado .. Enquanto isso aproveitamos o momento para saborear um delicioso espetinho de gato e um refrigerante  bem gelado ...

E assim mais uma vez seguimos viagem... La vai Os Notáveis MC, rumo a tão e esperada cidade de Ipiaú..

Paramos em Buerarema para abastecer e fazer um lanche e lá encontramos o  ciclista Flap ...mais de 6 anos na estrada sem visitar os  parentes em casa ... Agora esta de volta ao lar... Conversamos um pouco com o estradeiro ciclista e com o caminhoneiro um motociclista de salvador Bahia troca de botos e adesivos...

Lá vamos, a estrada esta ótima pra viagem dia não está muito quente , após parada em Camacan graças a deus a moto do presidente  e nenhuma outra  apresentou qualquer defeito...Opa quase o presidente passou  parece que ele estava querendo ir para a capital ... Sérgio foi a busca e tudo bem... Estamos todos no caminha certos agora

Chegando a Ipiaú


Após ser bastante complementados por moradores por onde passava nos chegamos a Ipiaú. Recebido por um componente do moto estrada  na  entrada da cidade ... Que nos guiou ate o local do evento... Logo que lá chegamos a primeira pessoa a ser vista foi o amigo Chocolate que conversava como nosso amigo veterano do asfalto Marcão

Ficamos hospedados em um bom hotel bem próximo ao evento... Encontramos amigos... Evento maravilhoso ao som de um bom rock e prêmios. . Danilo como sempre nosso sortudo... Ganhara de sorteio 10 litros de gasolina... O mesmo já avia dado prova de sua sorte em um evento dos anjos velozes onde ele ganhou uma saia e um capacete...

Muita gente bonita... Clube vai dar um passeio e outra parte prefere descansar para no dia seguinte viajar...



Volta sem menor transtorno graças a Deus chegamos bem e cedo... Agora e se preparar para a próxima e pedir a deus saúde e paz para que possamos estar mais uma vez a rever os amigos.

Componentes de os notáveis mc efetivados no ano de 2011.

Josergio - Wilkerson -Walison - Vicente Jr - Rodrigo



Participantes da primeira viagem de Os Notáveis Moto Clube.

Ademar Santana Adilson (Adilson Motos e Filmagens )- Estive - Fabinho - Tibério - Valter ( Gaguinho ) - Gomes - Tico (Arnildo)


ADEMAR SANTANA

ADILSON MOTOS

ESTIVE

FABINHO

GOMES

TIBERIO

ARNILDO (TICO)

VALTERNEI (GAGUINHO)


COMO COMEÇARAM OS MOTO CLUBES


Moto clube ao contrário do que os leigos e desenformados pensam não é um grupo de motociclistas que se reúnem para lazer e seus integrantes usam nas costas um brasão por estética! Moto clubes são associações baseadas na Irmandade e Tradição. Hoje em dia precisamos diferenciar um moto clube das centenas de grupos populares que existem. Podemos citar como exemplo os 'caçadores de troféus', ou seja, grupos ou pessoas que vestem colete e
um brasão qualquer nas costas sem saber seu real significado apenas para conseguir lembranças em eventos.

INFORMAÇÃO HISTÓRICA DO SURGIMENTO:
A história do surgimento dos Moto Clubes é de certa forma complexa, pesquisando você encontra informações que associam o surgimento, em
parte, ao final da guerra onde ex-militares e pilotos no pós-guerra teriam feito da moto o veículo de busca de adrenalina formando diversos grupos como Pissed de Bastardos, 13 Rebels e os Yellow Jackets, esses da Califórnia.
Nessa época já usavam identificação do grupo e mais tarde foram desenvolvendo os escudos (brasões) que passaram a defender e adaptavam
as regras da hierarquia militar em uma irmandade formada por cargos eletivos das associações. Sabemos que muito antes disto os motociclistas já haviam percebido as vantagens de andar em grupo e já existiam associações que eram entidades sociais de pessoas que andavam de motos. No Brasil a primeira associação fundada em 1927 foi o Moto Club do Brasil sediado na Rua Ceará do Estado do Rio de Janeiro, alguns anos depois, mais precisamente em 1932 surgiu o Motoclub de Campos. No exterior, nesta época (década de trinta) estavam surgindo moto clubes com tendências mais rígidas e muitos acontecimentos vieram a expor a imagem do motociclista ao ridículo principalmente pela imprensa sensacionalista da época que acusava os
motociclistas de arruaceiros, desordeiros e outros pormenores e, mais tarde, algumas produções de Hollywood serviram para incentivar verdadeiros predadores a criarem moto clubes e constituírem verdadeiras gangues, o
que fez da década de 50, uma página negra na história do motociclismo.
Aí está o porque do motociclista ainda nos dias de hoje ser muitas vezes taxado como mau elemento, mas isso está mudando, pena que ainda somos confundidos com motoqueiros que aparecem em nossos encontros fazendo arruaças como
estouro de escapamento ( tirinho), borrachão e etc , ou até mesmo promovem encontros que são na verdade feiras comerciais e nada a têm a ver com nossos princípios.

Mais tarde, já na década de 60 as motocicletas voltaram a ser tema de Hollywood com Elvis Plaisley, Roustabout e Steve McQueen com A Grande Fuga, uma série de filmes que chegou ao seu auge com Easy Riders. Finalmente
inicia-se a mudança da imagem do motociclista com o início da fase romântica do motociclismo, que perdurou até o final da década de 70.
Este período fixou o motociclista como ícone de liberdade e resistência para o sistema . No Brasil nessa época surgiu em São Paulo-SP o Zapata MC (1963) e já no final da década ,no Rio de Janeiro o Balaios MC (1969) grupo este
que já seguia os novos padrões internacionais e o princípio de irmandade.

A partir da década de 70 viu-se a implantação de diversos moto clubes pelo mundo, a maioria já seguindo o princípio de hierarquia e irmandade. No Brasil a popularização iniciou-se na década de 90, quando diversos fatores já contribuíam como a disseminação de marcas de motos pelo mundo e a liberação da importação pelo governo do presidente Collor.
Hoje muita coisa anda desvirtuada, moto clubes são criados a revelia por pessoas que
desconhecem a história e sequer sabem o significado de um brasão e muito menos seguem
o princípio de irmandade. Os moto clubes autênticos são forçados a criar campanhas para
evitar abusos e coibir arruaceiros em seus eventos, em contrapartida a cada dia são criados
novos eventos que nada têm a ver com as tradições, na verdade são eventos que enriquecem
empresários que aproveitam da popularidade para atrair admiradores de motos, já que os
motociclistas autênticos passam longe...

ALGUMAS DEFINIÇÕES:
MC: Sigla de abreviatura de Moto Clube, em inglês: Motorcycle Club. ou
MG de moto grupo Moto clube ou Motoclube: No Brasil a forma correta é Moto Clube separado,
em inglês seria Motorcycle Club. Essa regra só não é válida para nomes próprios como 'Motoclub de Campos'.

Pela ordem, os cinco moto clubes nacionais mais antigos:
1927 - Moto Clube do Brasil
1932 - Motoclub de Campos
1947 - MC de Petrópolis (Fundado em 13 de Março de 1947, registrado em 15 de Maio de 1951).
1963 - Zapata M.C.
1969 - Balaios M.C.
Obs: É importante ressaltar que a ordem acima apenas cita as agremiações mais antigas que
usavam ou ainda usam o Termo 'Moto Clube'.
Lembramos no entanto que desconhecemos seus propósitos sendo importante ressaltar
que existem outras agremiações na qual não podemos precisar as datas, mas
que também existiram como Piratininga MC e Centauro MC.

O MAIOR DO MUNDO E O MAIOR DO BRASIL:
No Mundo: Hell Angels (EUA - Fundado em 1948 em San Bernardino).
No Brasil: Abutres MC - Raça em Extinção (Fundado em 1989, sede nacional em São Paulo-SP).

Texto de: Robson Guerreiro
Presidente do Guerreiros de São Jorge Moto Grupo
Rio das Ostras - RJ

Conheça um pouco da história dos motoclubes

Luís Sucupir

A História dos Motoclubes nos reserva surpresas - MotormaidsNo Brasil a primeira associação fundada em 1927 foi o Moto Club do Brasil sediado na Rua Ceará no estado do Rio de Janeiro, alguns anos depois, mais precisamente em 1932 surgiu o Motoclub de Campos. E talvez seja este o mais antigo MC que se tem notícia no mundo. Lá fora, nesta época (Década de trinta) estavam surgindo moto clubes com tendência mais rígida e muitos acontecimentos vieram a expor a imagem do motociclista ao ridículo principalmente pela imprensa sensacionalista da época que acusava os motociclistas de arruaceiros, desordeiros e outros superlativos.Mais tarde, algumas produções de Hollywood serviram para incentivar verdadeiros desordeiros a criarem motoclubes e formar gangues. Tal fato fez da Década de 50’, a página negra na história do motociclismo. Mas isso está mudando, pena que ainda somos confundidos com arruaceiros que aparecem em encontros fazendo bagunça do tipo estouro de escapamento, borrachão com pneu e etc.
Moto Clube do Brasil
Mais tarde, já na Década de 60’ as motocicletas voltaram a ser tema de Hollywood com Elvis Presley, Roustabout e Steve McQueen com ‘A Grande Fuga’, uma série de filmes que chegou ao seu auge com ‘Easy Riders’. Finalmente inicia-se a mudança da imagem do motociclista com o início da sua fase romântica, que perdurou até o final da Década de 70’. Este período fixou o motociclista como ícone de liberdade e resistência ao Sistema. No Brasil, nessa época, surgiu em São Paulo-SP o Zapata MC (1963) e já no final da Década, no Rio de Janeiro, o Balaios MC (1969) grupo este que já seguia os novos padrões internacionais e o princípio de irmandade.
Antes dos Bodes, eram os maiores do Brasil
A partir da Década de 70’ viu-se a implantação de diversos motoclubes pelo mundo, a maioria já seguindo o princípio de hierarquia e irmandade. No Brasil a popularização iniciou-se na Década de 90’, quando da liberação da importação pelo governo do então presidente Collor. O maior MC brasileiro era OS ABUTRES que perderam o lugar para a irmandade BODES DO ASFALTO. O maior MC do mundo é HELLS ANGELS MC (EUA – 1948) Os MCs mais antigos são, no Brasil (talvez no mundo) o Moto Club do Brasil(1927) e nos EUA são as Motormaids(1940) M.C. (isso mesmo: um MC de mulheres segundo a AMA- USA).

Os maiores do mundo
História dos MCs nos Estados Unidos – E lá fora, como começou?
Provavelmente (por que não é reconhecido pela AMA-US) o primeiro moto clube americano (USA)  apareceu após a ‘Grande Depressão’ e que se mantém vivo até hoje é o Cook Outlaws M.C. (1936). Esse grupo era radicado em Cook, cidade de Illinois e mantinha seu território até Chicago. O Cook Outlaws M.C. tornou-se mais tarde o Chicago Outlaws MC e hoje é conhecido como Outlaws Motorcycle Club ou Outlaws MC.
Outlaws
O símbolo dos Outlaws M.C. era gravado na parte detrás dos coletes e consistia simplesmente no nome do clube; as vestes e os revestimentos de couro, assim como o escudo e símbolos de cada facção não existiam nessa época. É interessante notar que de acordo com o site do Outlaws M.C., o logotipo do moto clube (isto é “Charlie,” um crânio centrados sobre dois pistões e bielas cruzadas, similares a bandeira do pirata Jolly Roger) foi influenciado pelo vestuário do filme ‘The Wild One’, estrelado por Marlon Brando em 1954.

Conheça as Motormaids
Mas o motoclube mais antigo, segundo a AMA não é formado por homens, mas por mulheres! Sim,mulheres! O motoclube feminino chamado Motormaids é o que mantêm o título de moto clube mais antigo (mais de 60 anos) de acordo a American Motorcyclist Association Club– AMA, (veja a revista AMA) associação que concedeu a carta patente de motoclube mais antigo já em 1940. As Motormaids M.C. mantiveram uma identidade singular e uma estrutura hierárquica interna igual desde seu início.  E, pasmem! Ao contrário do que muita gente imagina as Motormaids M.C. são sim o motoclube (certificado e com carta patente) mais antigo inclusive que o mundialmente famoso Hells Angels M.C. que  teve origem em 1947 e mais ainda do que os OUTLAWS MC.
Os Outlaws MC, criados em 1936, reivindicaram a patente de mais antigo, mas eles realizaram duas modificações em seu nome no decorrer desse tempo e acabaram por não conseguirem provar que era o mesmo MC e, por isso, não obteve a carta patente de mais antigo MC do mundo segundo a AMA americana. Portanto, marmanjos, o MC mais antigo da América do Norte é formado por mulheres motociclistas. E nunca mais fale que moto não é coisa de mulher, ok?
A campanha da imprensa americana contra os MCs
Como se formou a imagem ruim dos motociclistas perante a opinião pública
Associação Americana de Motociclismo
Muitos atribuem a um filme, mas o fato que gerou todo esse preconceito contra motociclistas e MCs teve início a partir de um incidente. Tal fato acabaria definitivamente com a onda e a imagem dos MCs bonzinhos. O fato aconteceu em Hollister, Califórnia, em 4 de julho de 1947. Esse episódio foi tema de uma distorcida reportagem feita pela Revista Life onde ela misturou o novo perfil dos motociclistas ao incidente e fez com que os motoclubes não ligados a AMA ganhassem popularidade.
Naquela época, apenas os membros da AMA recebiam o certificado de motoclube o que dava permissão de competir em provas de velocidade. O mundo da competição era um fator determinante para a formação e difusão dos motoclubes nos EUA. A AMA era responsável pelas regras relativas aos seus membros, pela segurança nas corridas, bem como pela ‘imagem familiar’ que os eventos necessitavam ter para a venda de ingressos.
Em 4 de julho de 2007, uma falha de organização dentro da AMA provocou um pequeno incidente em Hollister, Califórnia e depois dele a imagem dos motociclistas não seria mais a mesma. Nesse fim de semana, ocorreu o encontro de vários motoclubes, incluindo Pissed Off Bastards of Bloomington (POBOB) e os Boozefighters Motorcycle Clubs, todos atraídos pelas corridas anuais que a AMA promovia por todo os EUA. Como estes eventos eram considerados de primeira linha, uma legião de motociclistas, membros de moto clubes ou não, se faziam presentes. Naquele dia uma mistura de álcool e adrenalina resultou em incidentes. Membros de moto clubes e não membros passaram a competir pelas ruas da cidade, regados a grande quantidade de cerveja. A confusão produziu pequenos incidentes, entre eles dano ao patrimônio e atentados ao pudor, mas nada parecido com “um cerco à cidade”, como a revista Life noticiou.
A dúvida sobre o que realmente aconteceu em Hollister sempre existirá, pois a maior parte das pessoas que viveram aquele final de semana já faleceu e por isso a verdade nunca apareça. As reportagens da época retratam Hollister como uma cidade tipicamente interiorana que foi abalada pela chegada de ‘motoqueiros arruaceiros’ que fizeram da cidade um pandemônio, no entanto, há registros de que Hollister já havia recebido outras corridas de motocicletas, inclusive a própria Gypsy Tour, em 1936. Com isso, pode-se afirmar que a cidade calma foco das reportagens, também não é verdadeira. O certo é que anos mais tarde, também em Hollister, por muito pouco, outra confusão não aconteceu. Em 1997 tentaram comemorar o aniversário de 50 anos do incidente, mas não deu muito certo, pois, de novo, a cidade não tinha capacidade de receber milhares de motociclistas.
EUA, 04 de julho de 1947, Hollister, Califórnia – O dia em que tudo mudou
A foto que escandalizou a América
O incidente ocorrido em 04 de julho de 1947 em Hollister, Califórnia (USA) pode ser atribuído a um erro de cobertura de imprensa e a um texto sensacionalista que tinha como objetivo vender mais jornais (prática da época). De acordo com relatos, Barney Peterson, um fotógrafo do San Francisco Chronicle, publicou a foto de um motociclista bêbado equilibrando-se precariamente sobre uma motocicleta Harley-Davidson, cercado por cascos de cerveja quebrados e segurando uma cerveja em cada mão com a seguinte manchete: “e assim, a América”

O San Francisco Chronicle exagerou quando, no artigo, afirmava que “motociclistas realizavam competições em todas as ruas e entravam com suas motocicletas dentro de bares e restaurantes”.  Para piorar este episódio a revista utilizou palavras como “terrorismo” e “pandemônio”. Também afirmavam que as mulheres que acompanhavam os motociclistas eram qualquer coisa, menos “senhoritas americanas”.
O artigo serviu para insuflar os ânimos na região e logo apareceram os primeiros desentendimentos que resultaram até em morte. A revista Life, em 21 de julho de 1947, aproveitando o momento, publicou um artigo usando a mesma foto do motociclista bêbado com o seguinte título: “Ele e os seus amigos aterrorizam a cidade” (Cyclist’s Holiday: He and Friends Terrorize Town). O artigo afirma que “quatro mil membros de um moto clube eram responsáveis pelo tumulto.” Mais do que um exagero essa afirmação era uma deslavada mentira, pois nenhum motoclube havia conseguido juntar, pelo menos a metade desse número, naquela época.
Bastaram apenas 115 palavras colocadas logo abaixo de uma imagem gigantesca de um motociclista bêbado para causarem tumulto por todo país. Alguns autores afirmaram que a AMA liberou para imprensa uma nota que desmentia a sua participação no evento de Hollister e indicava que 99% dos motociclistas eram pessoas de bem, cidadãos cumpridores da lei, e que os clubes de motociclistas da AMA não estiveram envolvidos na baderna. Porém a Associação Americana do Motociclista não tem nenhum registro de tal nota.  A revista Life publicou o comentário de pelo menos de três pessoas, uma delas era Paul Brokaw, um proeminente editor de um periódico chamado Motorcyclist.  Brokaw ‘detona’ a Revista Life considerando que a imagem publicada era totalmente descabida e mentirosa.
A íntegra da carta do editor à LIFE
Brokaw, em carta ao editor da Life destaca sua indignação com a forma pela qual o fato fora tratado pela revista:
“Senhores,
As palavras mal servem para expressar meu choque ao descobrir que o retrato do motociclista foi obviamente preparado e publicado por um fotógrafo interesseiro e sem escrúpulos.
Nós reconhecemos, lamentavelmente, que houve uma desordem em Hollister – não ato de 4.000 motociclistas, mas de um por cento desse número, ajudada por um grupo de não motociclistas apostadores. Nós, de forma alguma, estamos defendendo os culpados – de fato é necessária uma ação drástica para evitar o retorno de tais comportamentos.
Entretanto, vocês devem entender que a apresentação dessa foto macula, inevitavelmente, o caráter de 10.000 homens e mulheres inocentes, respeitáveis, cumpridores das leis e que são os representantes verdadeiros de um esporte admirável.”
Paul Brokaw

Editor, Motorcyclist
Los Angeles, Calf.

Enquanto os motociclistas comuns e as moto-organizações estavam tentando se distanciar do ocorrido em Hollister, clubes como o Boozefighters buscaram se enquadrar a ele. Assim, o evento de Hollister de 1947 era o que faltava para a consolidação dos motoclubes não alinhados a AMA, ou seja, os “Outlaw Motorcycle Clubs”. Vale ressaltar que estes MCs nunca pertenceram a AMA, logo não foram banidos ou coisa parecida como alguns informam.
Entre 1948 e princípios dos Anos 60’ os clubes de motociclistas (não aliados a AMA) se espalharam para fora da Califórnia estabelecendo um novo capítulo na história do motociclismo nos Estados Unidos. Outlaws Motorcycle Clubs tais como os Sons of Silence Motorcycle Club, surgiram no meio oeste, os Bandidos Motorcycle Club, no Texas; os Pagans Motorcycle Club, na Pennsylvania; entre outros. Durante este período, vários membros do Pissed Off Bastards of Bloomington saíram do seu clube e formaram a primeira versão dos Hells Angels Motorcycle Club (HAMC). No mesmo período, os Boozefighters, um dos Outlaws Motorcycle Clubs originais, iniciou o declínio no número de membros.
O Vietnam e os “Bebês Assassinos”
Um ponto significativo na evolução dos motoclubes 1%
O conflito do Vietnam (1958-1975) pode ser visto como um dos fatos mais recentes que contribuíram para o aumento dos Outlaws Motorcycle Clubs. Se o retorno dos veteranos da 2ª guerra foi um fator que auxiliou na formação desses motoclubes, o conflito do Vietnam foi à pólvora que faltava para explodirem. Veteranos desse conflito eram humilhados pela população em geral. Chegaram a ser rotulados de “bebês assassinos”. Alguns receberam cusparadas e xingamentos nos aeroportos e, muitas vezes, foram recusados em bons empregos, isso após “terem cumprido com o seu dever” para com o país.
No meio dessa confusão surgem os motoclubes 1%. Eles emergem em uma escala nacional tendo como suporte o surgimento dos Outlaw Motorcycle Clubs. Para concretizar este nascimento, os clubes dominantes da época foram além. Observando a declaração atribuída a AMA (de que os arruaceiros eram apenas 1%), buscaram para si a responsabilidade de fazer parte daquele 1% que foi apontado em Hollister. Assim, criaram a organização sem regras explícitas, não alinhada a AMA, ou seja, assumidamente Outlaw Motorcycle Club e passaram a se identificar por meio de um emblema em forma de diamante com a inscrição 1%. Concordaram também em estabelecer limites geográficos ao qual cada MC teria domínio.
Um ponto significativo na evolução dos motoclubes 1% se evidenciou no verão de 1964 na Califórnia. Nesta época, dois membros do Oakland Hells Angels Motorcycle Club foram presos e acusados de terem estuprado duas mulheres em Monterey, no entanto, pouco tempo depois foram liberados, devido a insuficiência de provas. Esse episódio foi à desculpa que faltava para que o governo do estado da Califórnia voltasse os olhos para os outlaw motorcycle clubs. Ainda em 1964, o senador Fred Farr exigiu uma investigação imediata sobre os estas organizações, encargo que ficou sob a responsabilidade do general Thomas C. Lynch.
Uma tradição que está perto de completar 100 anos
Duas semanas mais tarde iniciaram-se as investigações. No ano seguinte, o General Lynch liberou ao público um relatório que esmiuçava as atividades dos outlaw motorcycle clubs tais como os Hells Angels. O relatório de Lynch pode ser considerado como a primeira tentativa de se classificar os clubes de motocicleta como um perigo para a comunidade e para o estado, entretanto, se resumiu em afirmar que essas organizações possivelmente cometiam crimes como sedução de jovens inocentes, estupro e pilhagem em pequenas cidades. O relatório foi largamente contestado, até mesmo dentro das organizações do estado. A imprensa, no entanto, percebendo que a história dos Outlaw Motorcycle Clubs vendia bem passou a publicar diuturnamente o lado negativo dessa organização. Talvez Andrew Syder seja o que melhor esboçou o efeito do relatório de Lynch. Segundo ele, o relatório moldou o conceito de motoclube na opinião do cidadão americano de forma negativa. Essa afirmação pode ser compreendida quando se observa os noticiários da época e ainda os dos tempos atuais. Nada, ou pouco mudou.

Os motoclubes ainda são a melhor forma de expressar o motociclismo estradeiro, mas é bom lembrar que todas as corridas que hoje vemos mundo afora começaram com eventos promovidos pela AMA-USA. Tais eventos foram os precursores de tudo o que vem a ser o mercado de motos hoje. Os motoclubes podem até perder o seu pique de crescimento, mas nunca vão perder o glamour.
Não é demais lembrar que uma das mais geniais jogadas de marketing da história do motociclismo foi feita pela Honda quando ela entrava no mercado americano. Honda modificou a forma de se comercializar motocicletas nos EUA, acabando com o sistema de consignações e fazendo com que o americano com cara de good boy trocasse o carro por uma scooter japonesa. Não satisfeito, Honda obteve as primeiras colocações vendendo motos e carros na terra da Harley Davidson e de Henry Ford. O anúncio, oportuno para a época, falava que você encontrava gente bonita numa Honda.
Antes de Honda as oficinas americanas usavam o sistema de consignação e abriam aos fins de semana. Honda mudou isso para o modelo que hoje ainda vigora. Mas nunca é demais lembrar que tudo isso passou a contecer quando alguém decidiu criar um clube de consumidores de motos e acessórios chamado – motoclube.
Curta o vídeo da apresentação do Motociclismo Militar Italiano:


UMA SPORTSTER ESPORTIVA DE VERDADE




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Já mencionei aqui que a origem no nome Sportster vem realmente de esportividade, já que ela foi a primeira bobber de fábrica, criada pela Harley para combater as velozes britânicas que estavam desembarcando nos EUA.
Mas o pessoal da DP Customs resolveu trazer esse conceito pro século 21 e criou a The Mack, uma Sportster que parece pertencer às pistas de corrida.
O motor tem 1250cc, com cabeçote, válvulas e comandos de alta performance. A suspensão é topo de linha da Ohlins, com um belo conjunto de freios da Brembo para parar esse trem todo. As rodas são de fibra de carbono, ajudando a reduzir o peso total do conjunto, já que o motor Evo V2 não é nem um pouco leve.
Particularmente, eu prefiro o conceito e o estilo da The American, da Deus. Mas que essa deve ser uma moto muito divertida de se pilotar, isso eu não tenho dúvida.
Aliás, muita gente me pergunta porque eu gosto tanto de motos como a Harley XR1200X (tenho uma), Triumph Thruxton (ainda vou ter uma), Ducati SportClassic (não tem por aqui) e a BMW Nine T (só se eu vender o meu rim na cotação atual), que possuem uma ciclística mais próxima de uma esportiva, mas com várias das falhas de uma moto mais pesada ou de concepção antiga. A verdade é que essas motos são extremamente divertidas de se pilotar, especialmente nas curvas. Você nunca fica entediado com a personalidade ou com as idiossincrasias dessas motocas.
Faço minhas as palavras de um campeão de Superbike, que participou recentemente da copa Vance and Hines da XR1200. Esse é um cara acostumado a passar dos 300km/h com facilidade, comentando sobre como foi correr com motos que mal passavam dos 230km/h:

“Eu nunca tive tanto medo indo tão devagar. Foi o máximo”.


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Mad Max: Estrada da Fúria



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Antes de mais nada, vamos deixar uma coisa clara: se você é fã da trilogia original, vá ao cinema neste final de semana assistir ao filme Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road, em inglês).
Você não vai se arrepender. Simples assim.
Eu sei que já chamei o primeiro filme da série de supervalorizado anteriormente, mas gosto dele. E considero os dois Mad Max seguintes filmes antológicos, que fazem parte do inconsciente coletivo de qualquer pessoa que, como eu, cresceu nos anos 80 imaginando um futuro caótico e desesperançoso, alimentando pelo medo de um holocausto nuclear que parecia pairar sobre todos nós.
Mad Max Fury Road é o novo benchmark para os filmes pós-apocalípticos. Ele fez para os filmes de ação o que o Soldado Ryan fez para os filmes de guerra. O filme é sujo. É intenso. É absurdo. É surreal. E é tudo o que um fã da série espera.
São duas horas praticamente ininterruptas de perseguição, com poucos diálogos e, mesmo assim, o filme tem uma riqueza de detalhes que acabam explicando todo aquele universo.
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Isso se deve ao diretor George Miller que, aos 70 anos de idade, deu um cacete nos diretores mais novos e descolados, e criou algo inovador sem precisar usar nenhuma tendência da moda. Um feito impressionante em um mundo que parece valorizar apenas a novidade, e que considera coisas de poucos anos atrás como velhas.
Já o ator principal, Tom Hardy, encarnou um novo Max, que finalmente faz jus ao apelido de Mad. Sim, todos amamos Mel Gibson nesse papel, mas Tom trouxe algo de novo. O fato dele já ter se afundado nas drogas, e ter dito que teria vendido a mãe por crack, mostra que o cara pode interpretar a loucura com propriedade.
As referências aos filmes anteriores estão todas lá, algumas discretas outras descaradas. O Master-Blaster em uma versão mais sutil e grotesca, parte de um casting que não hesitou em escalar pessoas com severas deficiências físicas. A caixinha de música. O Interceptor V8. A jaqueta. Os olhos saltando para fora das órbitas antes de uma batida.
E a cereja do bolo foi o excelente vilão, Immortan Joe, interpretado por Hugh Keays-Byrne, o mesmo ator que fez o Toecutter no primeiro filme da série, 30 anos atrás. Um vilão que consegue ser tão assustador, quanto surreal.
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Até a Charlize Theron foi uma surpresa, interpretando uma personagem mutilada que faz você esquecer que está vendo a mesma atriz que costuma aparecer cheia de glamour anunciando perfume Francês na TV a cabo.
O filme é absurdo como só um filme australiano dos anos 80 poderia ser, mas com efeitos especiais e direção de arte do século 21. Aliás, efeitos especiais muito bem utilizados, diga-se de passagem, já que boa parte da ação foi feita com dublês e carros de verdade. Todos os veículos em cena funcionam plenamente, e são tão modificados que fica difícil dizer qual era o que antes (até uma Bonneville fez uma participação especial).
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O filme explode de tanta loucura. É uma sessão insana e ininterrupta de ação, com direito até a carro carregando trilha sonora para ditar o clima da batalha. Nada faz sentido, mas ao mesmo tempo, faz todo o sentido em um mundo como aquele. E no meio de todo o absurdo, você começa a entender aquela loucura e, quando menos espera, é empurrado para dentro dessa insanidade por um V8 cuspindo gasolina pelo carburador e soltando fogo pelo escape.
Não é a toa que o filme ficou parado na distribuidora por alguns anos antes de ser lançado. Em um mundo politicamente correto e limpinho como o de hoje, é preciso ter culhões para se aprovar o lançamento de um filme que brinca com o grotesco, mas sem perder a classe.
Não importa se a sala é XD, iMax, 4D ou qualquer outro nome do tipo: escolha a sala com a maior tela e o som mais potente possível e prepare-se para ver o mundo tremer.
E saia um pouco mais Mad do que você entrou.
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Mad Max: Estrada da Fúria

Classificação indicativa: 16 anos
Elenco
Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult, Zoë Kravitz, Rosie Huntington-Whiteley, Nathan Jones, Riley Keough, Josh Helman, Hugh Keays-Byrne, Debra Ades, Megan Gale
RoteiroGeorge Miller, Brendan McCarthy, Nick LathourisDireção
George Miller
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HONDA SHADOW 600 CUSTOMIZADA EM CASA




O Luciano Maldonato mandou as fotos de um belo projeto, feito por ele mesmo em casa. Segue o email que ele mandou pra cá contando mais sobre o processo:

Sou Administrador de Empresas (dirigo um Hospital e leciono para o curso de Administração), mas aos 14 fiz no Senai o Curso de Mecânico Geral (tornearia, retifica, etc), quando trabalhei por 2 anos na área até buscar outro objetivo profissional.

Explico isso para entenderem como foi possível fazer a moto em minha casa (um pouco de conhecimento de mecânica e ferramentas).

Há tempos buscava uma moto que pudesse prepará-la no estilo Bobber, quando comprei uma Shadow 98. Tentei contato com duas oficinas em outras cidades para saber se topariam o projeto, as quais não me deram retorno.

Pois bem, decidi fazê-la em casa.
Entre estudar o que fazer, comprar as peças (as quais vieram de várias partes do Brasil, uma delas de fora), produzir algumas peças (diversos suportes, entrada de ar, entre outras) desmontar, reestruturar e montar, foram 12 meses, afinal, só tinha tempo de fazer aos finais de semana.

Mas o resultado ficou bacana. O projeto foi realizado entre os anos de 2010 e 2011.

Espero que gostem.



Como bônus, ele também mandou a foto de uma CG125 restaurada por ele.




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AS MOTOS DE SONS OF ANARCHY

Membros de um M.C. dos EUA em ação. Com esses caras, não tem frescura.



Várias vezes vi pessoas indignadas com as motos da série, dizendo que um clube como aquele deveria usar choppers, ou umas puta Harleys personalizadas, e reclamando dos farings ou dos tênis brancos. Então percebi que muitos dos recém chegados no mundo das motos, não conhecem a história desses M.C.s. americanos, por isso vamos lá:

A escolha das motos foi algo lógico, já que são as mesmas que os M.C.s outlaws de lá costumam usar (também conhecidos por 1%ers, cuja a história é discutida neste post aqui). Esse estilo de Dyna, toda preta, com fairing e motor fuçado é tão popular, que tem até nome: club bikes.

Elas são assim pois os membros desses M.C.s preferem motos sem viadagem, ágeis e rápidas. Nos anos 80, vários começaram a usar a FXR, que era uma das Harleys com o melhor frame já feito, firme e estável. Com o tempo, ela foi substituída pela linha Dyna, que apesar de possuir um frame inferior ao da FXR, ainda sim era mais ágil que as Softails.

São motos onde a função vem antes da forma, e a maioria das alterações são para melhorar o desempenho. Não é raro ver bike runs desses clubes com a galera andando em formação a mais de 170km/h e costurando pelo trânsito, uma visão capaz de deixar os jaspions que gostam de tirar fina de customs com o macacão borrado de medo.

                                                            Sons-of-anarchy-bike-2

Já o tênis branco, que deixa muita gente maluca, é algo corriqueiro também. A galera mais nova que está entrando para os clubes tem um estilo que foge ao que todo mundo tem no imaginário. É uma galera que anda de skate, ouve rap, usa calças largas, tênis vans, e não seguem a imagem do biker típico. Você vê vários deles, especialmente na California, pilotando suas motos de tênis branco (como na foto acima).

Pra mim faz todo o sentido. Moto tem tudo a ver com liberdade, e não conformismo. Essa história de que motoqueiro tem que obrigatoriamente ouvir rock clássico, usar couro e cabelo comprido é algo que ficou no passado, tem espaço para todo mundo (quer dizer, menos pra axé, pagode e forró. Ainda existem limites!)

Claro que existem vários membros com Softails e Baggers, e mesmo esses muitas vezes também possuem uma FXR ou Dyna. Afinal, eles rodam no mínimo 40 mil quilômetros por ano, já que todos os M.C.s possuem mandatory runs onde, como o próprio nome diz, você tem que participar e não pode ficar de fora só porque sua moto está na oficina.


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MAS AFINAL: O QUE É UM MOTOCLUBE 1%ER OU OUTLAW?

Alguns MCs são chamados de 1%er (abreviação do inglês de one percenter, daí o 1% + er) ou outlaw bikers. O nome veio de uma das histórias mais manjadas do motociclismo, quando um grupo de motoqueiros fez arruaça em uma cidadezinha e a AMA (American Motorcyclist Association) correu para dizer ao público que 99% dos motociclistas respeitavam a lei. O pessoal da arruaça quis fazer graça com isso e passaram a se autointitular de 1%. A história desse acontecimento você pode ler no post “Os verdadeiros Wild Ones”.

Nessa série de posts que começa hoje, pretendo  explicar mais sobre esses clubes e sobre sua subcultura, e as regras não escritas de respeito mútuo que existem entre os demais clubes e os 1%ers. Existe muito mito e desinformação, muito achismo, que já terminou até em briga, como foi o caso do cara que teve o seu colete da série Sons of Anarchy arrancado no meio de um encontro, ou do cidadão que se meteu no meio de um trem e foi escorraçado. Espero que essa série de posts ajude algumas pessoas a entenderem o porquê disso acontecer, mesmo que não concordem.

8b4b_1É um grande erro dos iniciantes em duas rodas (e até mesmo de alguns veteranos) de achar
que esses clubes não existem mais, que eles são apenas coisa de filme. Na verdade, essa percepção se deve ao fato de que muitos desses MCs são extremamente discretos, e o silêncio é parte fundamental da existência deles. Após anos de perseguições nos EUA, por causa de envolvimento com crimes (supostos ou não), a postura de muitos deles mudou para algo mais low profile, e essa atitude se reflete em seus chapters em outros países, já que muitas forças policiais os qualificam como gangues.

Nos EUA, esses clubes são mais populares, já que as motos (especialmente as Harleys) sempre foram muito acessíveis, o que fez com que nunca faltasse motociclista disposto a ingressar neles. E graças a sua longa história e tradição, todos esses MCs tiveram muito tempo para se aperfeiçoar e angariar membros. Não é difícil cruzar com eles nas estradas americanas, em trens formados por dezenas de motos, chegando as centenas.

No Brasil, o processo desses MCs foi bem diferente. Eles começaram a surgir com força apenas nos anos 70, e o processo de crescimento deles foi muito mais lento, já que o motociclismo no Brasil se dividia entre quem tinha dinheiro e quem era apaixonado o suficiente para se virar de qualquer jeito, muitas vezes chegando a construir motos a partir de sucata. E por serem uma galera mais fechada, e também em menor número, não causavam na população a mesma impressão que os clubes de outros países.

A primeira coisa que você precisa entender sobre os membros desses clubes, é que eles possuem um enorme orgulho de fazer parte deles. É como uma família, um compromisso para a vida. Entrar não é (ou pelo menos não era) nada fácil. Você não bate na porta deles e pede pra fazer parte (apesar de que isso acontece bastante). Não é como muitos motoclubes ou motogrupos onde basta você comprar um patch para costurar na jaqueta e pronto. Para fazer parte de um MC 1%, há um longo processo onde você primeiro precisa ser convidado para andar com os caras (também chamado de hang around, parceiro ou camarada), para só depois de um tempo alguém decidir que você pode passar para o próximo estágio e se tornar um prospect, próspero ou PP.

Em tradição com a origem militar dos primeiros clubes, os prósperos seriam como os recrutas de um exército, sendo treinados e moldados antes de se tornarem um soldado. Eles ganham um colete com apenas uma parte do escudo ou patch do clube nas costas (mais uma vez, isso varia de clube para clube), e precisam ficar a disposição 24 horas por dia, 7 dias por semana, para qualquer coisa que sejam chamados. Geralmente ficam com as tarefas mais toscas e ingratas, como limpar a sede e cuidar das motos dos membros, mas alguns passam por coisas bem piores. A idéia é dar a chance deles provarem que o clube pode confiar neles cegamente, e avaliar se eles se encaixam na cultura do MC. Esse período não tem prazo para acabar, podem ser apenas seis meses, mas também pode levar até dois anos até o grupo decidir que o prospect merece fazer parte do clube. Se aceito, ele vai se tornar um escudo fechado ou full patch.

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